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Thursday, April 23, 2009

Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro




Foi ao ar na última terça-feira, 14 de abril, a 7ª edição do Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro, transmitido pelo Canal Brasil. Marília Pêra e Daniel Filho foram os hosts e já inciaram os trabalhos enfrentando uma pane nos teleprompters; a primeira de algumas gafes que o cerimonial cometeu. Artistas que entraram para anunciar prêmios, como Rodrigo Santoro, não tinham sido preparados para a aparição e alguns perdidos chegaram a zanzar pelo palco à procura do microfone. Tudo levado na onda do “tamo em casa”, principalmente pelo humor espontâneo (de improviso) de Daniel Filho.

O tema da festa era a música no cinema, em homenagem ao centenário de Carmen Miranda, a luso-carioca que nos levou a Hollywood, e aos 50 anos da morte do maestro Heitor Villa-Lobos, que fez grandes parcerias póstumas em trilhas sonoras. O cineasta Nelson Pereira do Santos foi o homenageado da noite por sua obra completa e inquestionável relevância para a história e a evolução do cinema no Brasil. Em seu discurso, o maestro lembrou o colega Orfeu da Conceição, outro ícone e artista que dá nome ao prêmio que é entregue pela Academia.

A lista dos vencedores do Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro traz surpresas e algumas marmeladas. A maior delas com certeza foi Linha de Passe, que saiu do auditório de mãos vazias. A maior gafe da Academia esse ano. Impossível entender como uma edição que homenageia Nelson Pereira, o cineasta que trouxe o povo para as grandes telas, deixa um filme tão realista quanto o de Walter Salles e Daniela Thomas sem subir ao palco.

Meu Nome Não é Johnny, a maior bilheteria do cinema brasileiro em 2008, levou quatro premiações (Melhor Ator, Atriz Coadjuvante, Montagem de Ficção e Roteiro Adaptado), mas perdeu o Melhor Longa-metragem de Ficção para Estômago, que não teve nem metade de seu público. Talvez por esse mesmo detalhe, as grandes surpresas tenham vindo do filme de Marcos Jorge (estreante em longas-metragens), que levou cinco premiações, em categorias de igual destaque: além de Melhor Longa de Ficção, Melhor Longa de Ficção pelo Voto Popular, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Direção.

O momento mais emocionante do Prêmio Vivo foi justamente o discurso de Babu Santana, o preso Bujiú em Estômago, que lembrou suas raízes no grupo “Nós do Morro” e ofereceu o prêmio à mãe: “A senhora sempre quis que eu segurasse um diploma. Espero que esse prêmio também seja motivo de orgulho”. Outra mãe que subiu ao palco do Prêmio Vivo foi a da atriz Leandra Leal, que não pôde comparecer à cerimônia para receber o prêmio de Melhor Atriz de 2008 pelo filme Nome Próprio. Ela leu o discurso que lhe foi ditado pela filha pelo telefone.

Ensaio Sobre a Cegueira levou categorias menos expressivas como Melhor Maquiagem e Efeito Visual, e também de maior importância como Direção de Fotografia e Direção de Arte.

O prêmio de Melhor Longa-metragem de Animação foi recebido como menção honrosa pelo filho único do gênero produzido em 2008, O Garoto Cósmico. Já o Melhor Longa Infantil foi para Pequenas Histórias, de Helvécio Ratton. Chega de Saudade, de Laís Bodanzky, teve que se contentar com o Melhor Figurino. Já Os Desafinados, de Walter Lima Júnior, com a Melhor Trilha Sonora de Wagner Tiso. Os documentários também foram bem representados com O Mistério do Samba levando o Melhor Montagem e Melhor Documentário.

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