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Monday, July 13, 2009

As belas na tela



Seguindo minha lista do livro 1001 Filmes para ver Antes de Morrer, aluguei Forrest Gump, o Contador de Histórias, Casablanca e Se Meu Apartamento Falasse. Vergonha dizer que ainda não tinha visto os dois primeiros, mas minha idade me justifica em partes.

O que notei de mais interessante ao ver os três quase em sequência foram as peculiaridades e as sutis mas definitivas diferenças entre as três mocinhas.



Depois de assistir a Forrest Gump, dei um pulo no livro para ler a resenha. O autor argumenta que o romance entre Forrest e Jenny não convence pois ela só o procura quando precisa de ajuda. Concordo com ele, não me convenceu. Porém, pensando um pouco melhor, acho que o principal motivo para não ter me convencido - e talvez ao próprio resenhista também, sem que ele se desse conta - é o perfil físico da atriz Robin Wright Penn (Jenny). Ela basicamente não tem cara de mocinha frágil que necessita de resgate. Tem na verdade cara de uma mulher forte, aventureira e independente, que - aí sim - usa Forrest para seus próprios interesses.

É preconceituoso, eu sei, mas Hollywood sempre viveu dos estereótipos que a própria indústria criou para simplificar o processo e enlatar gêneros.

O perfil de mocinha frágil - delicada, doce e seriamente bela - com toda a carga de empatia que uma leading lady deve extrair do público, está completamente presente em Ilsa (Ingrid Bergman) e em Fran Kubelik (Shirley MacLaine). O que as torna legítimas e merecedoras da devoção dos mocinhos, na visão mais subconsciente do público. Me convencem de que o mocinho está ali para completá-las, abastecê-las e dar a elas sua verdadeira razão de ser.



Claro que a comparação não é exatamente justa. O perfil da mocinha, assim como o da mulher dentro da sociedade, mudou drasticamente desde Se meu apartamento..., de 1960, e Casablanca, de 1942. Apesar de Forrest Gump, lançado em 1994, se passar entre as décadas de 1940 e 1980 - ou algo assim -, o perfil de Jenny é moldado a partir da nova mulher que surgiu na década de 1960 com a pílula, se fortaleceu na década da 1990 e chegou hoje ao que todos somos testemunhas.

Confesso que apesar de ser eu própria uma mulher da nova geração - que pretensão -, ainda me encanto e me emociono mais com Ilsa e Miss Kubelik. Acredito que ainda em 2009, as Jennys esperam por seu Rick e sonham com alguém que as adorará como Bud.

"I simply adore you, Miss Kubelik!"

Anyway, todos os três filmes são imperdíveis. Um clássico nunca é chamado de clássico à toa.

Ps.: para quem entende certas gírias em Inglês, nao deixe de notar os trocadilhos de Bud (Se meu apartamento...): "That´s the way it crumbles, cookiewise". Risadas sinceras.

1 comment:

  1. Adorooo Forrest Gump, Annes. E nossa idade não é desculpa para não te-los visto heim? Eu assisti no minimo umas 4 vezes. Anyway... Adoro o longa mais pela atuação de Hanks do que qualquer outra coisa. O romance é um ponto baixo do filme, concorda?! Ah! Gostei do blog, venho conferir sempre agora ;)

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